domingo, 14 de junho de 2009

Expedição Chui 2002 - 03 - Rio de Janeiro

Deixamos Linhares e continuamos nossa jornada rumo ao Sul. Não tínhamos hotéis reservados, apenas um trajeto "mais ou menos" definido, que poderia ser modificado a qualquer momento.
Gostamos tanto do hotel (custo x benefício) e dos amigos (simpatia) de Linhares que combinamos de, na volta, se possível, dormir novamente na mesma cidade.
Então, partimos rumo ao Rio de Janeiro. A estrada não era ruim, mas não era ótima. Era, se me lembro bem, muito bonita.
Dormimos numa cidade cujo nome não lembro, antes de Niterói - RJ. Claro que passamos pela entrada de Vitória -ES, Guarapari, Campos dos Goytacazes etc. Lembro ter visto uma placa: Cachoeiro de Itapemirim, tendo me perguntado o que seria um "cachoeiro"...
Enfrentamos, no Estado do Rio de Janeiro, um grande engarrafamento, em um trecho duplicado da BR. Recordo que ficamos um pouco assustados, pois vimos vários patrulheiros rodoviários federais com trajes de "guerra", ou seja, com roupas, proteções e armamentos que não costumamos ver por aqui na PRF.
Antes de Niterói (acho que era São Gonçalo!), ficamos em um hotel algo tenebroso. As motos ficaram no subsolo, um local muito esquisito, por sinal. Foi uma noite muito mal dormida, pois já chegamos meio tarde e queríamos sair bem cedo, com o intuido de cruzar o Rio de Janeiro (Capital) antes do trânsito ficar intenso. Foi o que fizemos.
Acordamos muito cedo e saímos do tal hotel sem tomar café da manhã. Lembro que o recepcionista ficou espantado com a nossa partida. Salvo engano, saímos às 5h, quando o café da manhã só seria servido às 6h. Não creio que tenhamos perdido grande coisa.
Logo estávamos em Niterói. Foi uma grande alegria se sentir "rodando" no Rio de Janeiro. Digo isso, talvez, porque àquela altura do campeonato estávamos começando a nos sentir longe de casa. Em Salvador, nos sentíamos em casa. Itabuna? Perto de casa. Linhares? Um pouco longe de casa. Niterói? Muito longe de casa. Talvez assim eu possa explicar melhor. A partir de Niterói, cada dia mais longe de casa.
Nunca vou esquecer a sensação de cruzar a Ponte Rio-Niterói, de moto. Temos isso em nossos currículos. Grande emoção: dá para ver, lá longe, o Cristo Redentor. Além disso, a ponte é bem alta, linda e longa. Não tenho palavras para exprimir a alegria de estar lá.
Cruzamos a cidade do Rio de Janeiro, a partir das informações do Daniel e do Hsu, além do que nos foi dito pelo mapa e por alguns frentistas de postos de combustível. Não dei qualquer palpite ou opinião, pois já tinha nos feito perder duas horas em Salvador, perdidos, procurando o ferry boat. Assim, para não ficar com a culpa de ter causado nossa "perdição" no Rio, apenas os segui, em silêncio.
A verdade é que atravessamos a Capital carioca sem maiores problemas. No meio da manhã já estávamos parados em um grande posto de combustível, cheio de caminhões etc, tomando nosso café da manhã. Lembro que fiz questão de pagar tudo.
Estávamos, então, no rumo RIO-SANTOS. Que estrada fantástica!!!
Perigosa, claro. Muitas curvas, algum movimento, obras etc. Mas, devo dizer bem, uma belíssima estrada.
As fotos abaixo são em Angra dos Reis, perto da usina nuclear.
Daniel e sua bela Marauder verde e preta. Seguramente a moto mais confortável do grupo. Muito legal essa foto.


Eu e a minha Bandit cor de vinho. A bichinha andava direitinho, com seus quatro cilindros e pneus esportivos.


Nós três, com as motos. Quem teria tirado essa foto? Algum benfazejo anônimo que cruzou nossas vidas e, provavelmente, nunca mais voltaremos a ver.
Eita... acho que não foi isso! A máquina do Hsu, digital, tinha um acessório: um tripé pequeno e desmontável. Talvez essa foto tenha sido programada. Deve ter sido isso mesmo, pois usamos esse recurso várias vezes.
De qualquer forma, a hipótese do ser benfazejo, por possuir algum romantismo, deve ser deixada aqui, não é?
Usávamos roupas de couro. São lindas, claro, mas são muito pesadas, quentes e não seguram a água por muito tempo. Isso serve para as nossas botas e luvas. A água da chuva demora a entrar, mas entra, não tem jeito.
Hoje em dia teríamos usado roupas mais modernas. Parece que a tecnologia avançou muito nesse seguimento, pois os motociclistas atuais usam tecidos hi-tech, como cordura etc. As roupas de hoje são mais leves, mais ventiladas, impermeáveis e protegem muito mais, em caso de tombo. Noutras palavras, são muito melhores em todos os aspectos, salvo no preço, pois são bem mais caras.
Dentre as coisas que aprendi nessa viagem, pelo menos agora, por oportuno, devo destacar exatamente isso: não se deve fazer economia em equipamentos de segurança e conforto. Conselho de amigo, procure sempre o melhor. O barato vai sair caro, pode acreditar, salvo se você não tem a pretensão de fazer uma longa viagem de moto. Nossa viagem, ao final, completou 10.000 km.
Em uma viagem assim, os equipamentos são testados ao limite. Chove, faz frio; bate um sol danado, faz calor. Como disse acima, isso vale para luvas e botas. Isso serve também para capacetes, verdade seja dita. Vale para óculos escuros e para todo o resto. Há equipamentos nacionais tão bons quanto os importados, com preço melhor. Mas, mesmo assim, preço melhor significa algo em torno de mil e quinhentos reais, para um conjunto calça-jaqueta impermeável, com proteções, forro removível e tecido hi-tech.
Mas, em 2002, não era essa a nossa realidade. Usamos roupas de couro e, pasmem: tínhamos capas de chuva! Mais adiante vou colocar algumas fotos com as capas de chuva. Lembro que usamos ao atravessar Curitiba. Hoje seria um absurdo pensar em toda aquela roupa de couro coberta por uma capa de chuva.
Não teria outra palavra senão "MARMOTAGEM", para definir a indumentária. Mas, no motociclismo, como em tudo na vida, cada um cria, faz e/ou usa suas próprias marmotas.

4 comentários:

  1. Oi Humberto!!

    Belezinha com vc?!

    Sou Dany, a sobrinha de Hsu =)

    Ele enviou um email falando sobre seu blog..e cá estou!!

    Tem coisas mto interessantes aqui e vou ler tudo com mta, mta, mta calma.

    Parabéns! =)

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  2. Beto,
    Essa viagem foi tão interessante que sugiro transformar as narrativas em livro. Que tal?

    Beijos da irmã.

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  3. Pois é... já pensei em transformar em livro. Deveria ter feito isso antes. Agora, acho que não seria mais o caso... de qualquer forma, muito obrigado.
    Bjs

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  4. Oi meu filho,sua narrativa está linda,relembrando a grande aventura da viagem de moto com seus amigos, do Nordeste ao Sul do país,foi um período de grande preocupação para mim,seu pai e sua irmã,mas nos tranquilizava quando vc se comunicava, dizendo onde estavam e o próximo intinerário que iriam percorrer,as minhas orações eram constantes e confiantes no feliz retôrno dos bravos motoqueiros viajantes,foi uma grande alegria para todos quando retornaram.Estou gostando muito do seu relato da viagem,continue...quanto ao livro sugerido por Elaine,acho bom,pois vc tem muito o que dizer ainda, e, com o acompanhamento do Hsu e Daniel,vai ser um livro fantástico,todos os amigos e familiares de vcs vão se deliciar com a bela dissertação,ficará para posteridade,os filhos e sobrinhos vão vibrar de emoção,que tal?Parabens! Muitos beijos da Mamãe...

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Muito obrigado pelo comentário!