sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sweet dreams

Fiquei com uma frase na cabeça, que uma pessoa muito inteligente falou, quando conversávamos acerca da existência humana: "- Sou simples, mas não sou medíocre!".

Esse píncaro moral surgiu, se a memória não me engana, com o auxílio de um carménère, reserva, Porta. Chileno, claro. Recordo que, quase sem discrepâncias, concordamos acerca das especiarias, frutas negras e vermelhas, maduras. No tocante à pimenta, houve alguma confusão, considerando os taninos suaves da carménère, que disputavam espaço com a própria juventude do vinho. Sei que fui metido, mas as minhas férias estão acabando e isso me deixa meio sem noção do ridículo. (?!) Bem, a verdade é que aprendo essas coisas com pessoas que realmente entendem de vinho e, como dá vontade de guardar as memórias num só lugar, repleto de lembranças afetivas, ponho tudo no blog.

Voltando ao assunto.

Refleti muito a esse respeito. Vez por outra a frase me volta à mente. É realmente um belo dito e, acima de tudo, uma excelente prática de vida.

Não vou discorrer acerca das implicações simplicidade x mediocridade. Há pessoas que sabem muito mais e escrevem bem melhor do que eu, quando o assunto é Filosofia. Em todos os outros temas também, claro. Como dizia Dale Carnegie: "Qualquer pessoa, em algo, é melhor do que eu!", ocorre que, em se tratando dessas questões mais profundas, esse contingente aumenta de modo exponencial.

Sobre a questão da mediocridade: "O homem medíocre", de José Ingenieros. Confesso que ainda não li, mas recebi ótimas referências. Meu amigo Hsu comprou e, segundo ele, vai me emprestar nos próximos dias.

Ontem, antes de dormir, estava tocando, cantado por Marilyn Manson:


Sweet Dreams (Are Made of This)
(Eurythmics)


Sweet dreams are made of this

Who am I to disagree?

I travel the worldAnd the seven seas-

-Everybody's looking for something.

Some of them want to use you

Some of them want to get used by you

Some of them want to abuse you

Some of them want to be abused.


Não sei se foi a música, ou o visual do Marilyn Manson, mas lembrei de um poema tenebroso, que me fascina desde a adolescência:


MEU SONHO
EU
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso.
E galopas do vale através.
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?
Tu escutas. Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O FANTASMA
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!
ÁLVARES DE AZEVEDO

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Manual de sobrevivência do homem solteiro 01

01 - Ne fumez pas! Não fume! Não fume porque faz mal à saúde. Não fume porque você, e tudo ao seu redor, vai ficar fedendo. Não fume, de jeito nenhum. Não fume no carro, não fume na sua casa e, principalmente, não fume em público! Fumar já foi charmant... mas, hoje, acaba com a sua competitividade. Fumante incomoda.


Única exceção: se ela estiver fumando!


02 - Beba socialmente, ou seja, não se embriague! Quer tomar uma daquelas? Beba em casa, com amigos ou, igualmente com amigos, em suas casas. Beber muito, onde só tem homem? Pode. Ela não deve estar por perto quando lhe faltarem as faculdades mentais. Bêbado incomoda.


03 - Não mande flores, se nunca teve nada com ela. Ela vai achar, com razão, que você tem traços oligofrênicos. Pode mandar uma caixa de chocolate, na hipótese acima? Não, jamais, de forma alguma. Ela vai ter certeza da sua imbecilidade. Pode escrever um texto ou um poema e entregar em mãos? Sem comentários... ela vai ter medo de você. Paixão unilateral, incomoda.


04 - Use pouco perfume, mas use sempre!


05 - Quando sair para jantar ou lanchar, com ela, coma alguma coisa antes, em casa. A fome milita em seu desfavor, acredite.


06 - Só para garantir, vou colocar: escove os dentes, passe fio dental e use antiséptico. Chicletes sem açúcar, a caminho do encontro. Não há exceções para esta regra!


07 - Pague tudo, sempre. Jamais aceite divisão de contas.


08 - Abra a porta do carro para ela.


09 - Ligue no dia seguinte.


10 - Golden rule: jamais deixe-a saber o quanto é importante para você.






É curioso, mas os amigos que me transmitiram esse conhecimento cabalístico, com poucas exceções, estão casados. Ou seja, deu certo para eles. (?)


Por outro lado, salvo alguns virtuosos, são praticamente os mesmos que me dizem: "- Não case!"


Noutras palavras, para se manter solteiro deve-se desrespeitar, pelo menos, algumas das regras acima.


Lembro que o Emerson, bem mais velho do que eu, dizia: "Meu filho... namore sempre, noive algumas vezes e não case nunca". Ele tinha sido casado, que eu saiba, três vezes.


Tem outro amigo, mas desse eu não posso dizer o nome, casado pela segunda vez... dizia ele, quando solteiro: "Toda mulher merece um beijo, algumas merecem dois e nenhuma, absolutamente nenhuma, merece três!"


- Então você é solteiro?


- Sim, sou, não tive sorte ou tive sorte demais.


Ainda estou averiguando isso...


Para pensar nisso, nada melhor do que um:


DRY MARTINI (drink para iniciados)


Ingredientes:


- 60 ml de gim

- Vermute francês Noilly Prat


Modo de preparo:


- Encha a taça de Martini com gelo. Pegue um mixer e também encha com gelo. Mexa e, com uma colher, tire a água excedente. Coloque o gim, tire o gelo, junte seis gotas do Noilly Prat e, com uma colher de bar, mexa. Tire o gelo do copo, escorrendo bem a água e coe a bebida do mixer para o copo. Coloque uma azeitona verde presa num palito.



Não sei porque, mas esse drink me lembra Humphrey Bogart.

Assistiu Casablanca? Assista!

Assisti por influência do Tovarish Fernando, ainda no milênio passado! Éramos meninos buchudos naquele tempo!


AS TIME GOES BY


You must remember this
A kiss is still a kiss
A sign is just a sign
The fundamental things aplly
As time goes by
And when two lovers woo
They still say I love you
On that you can rely
No matter what the future brings
As time goes by
Moonlight and love songs never out of date
Hearts full of passion, jealousy and hate
Woman needs man
And man must have his mate
That no one can deny
It is still the same old story
The fight for love and glory
A case of do or die
The world will always welcome lovers
As time goes by

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carro velho



Quando o carro vai ficando bem rodado (perto dos 100.000 km ou dos cinco anos de idade), outros fatores, além do financeiro, começam a pesar quando se cogita uma troca. Em figuras suscetíveis, não tem sido raro o surgimento da Síndrome da Dignidade do Carro Antigo (velho, nunca!). A referida patologia incide, com mais frequência, em pessoas que possuem o veículo desde novo.

Cada arranhão ou mossa conta uma história. Têm-se mais paciência com o carro, já se sabe as causas de qualquer sintoma e, mais do que tudo, têm-se a impressão de que nunca querem pagar o quanto ele vale! São esses, entre outros, os principais pantinhos (PANTINHO: tique nervoso, frescura, descontrole, faniquito, munganga; segundo o Dicionário Alagoano, vide http://www.aoli.com.br/dicionarios.aspx?id=AL ).


Portanto, para evitar maiores dissabores, na hipótese de ser pego pela Síndrome:


1 - Faça as revisões programadas;

2 - Rodízio dos pneus (em paralelo, não em X) e lavagem. O ideal é fazer o rodízio de pneus a cada 7 mil km, assim eles vão gastar de maneira uniforme. Bom seria lavar o carro, pelo menos, uma vez por semana;

3 - Calibrar os pneus, alinhar e balancear, sempre!

4 - Trocar o óleo e o filtro de óleo do motor regularmente e, se possível, antecipadamente. Explico: colocar um óleo para 20.000 Km e trocar com 10.000 km... sei que é pedir demais;

5 - Verificar e trocar outros fluidos e elementos, como os demais filtros, velas etc...


Outras dicas, procure uma concessionária autorizada!

Os Paralamas do Sucesso pensam diferente:


OS PARALAMAS DO SUCESSO
CARRO VELHO
(Herbert Vianna)



Carro velho
Carro velho pra quê?
Se é pra ficar no caminho
Eu prefiro nem ter
Eu quero ter um novinho
Eu quero um tipo cupê
Um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver
Carro velho
Carro velho pra quê?
Já não bastasse a miséria
O pouco que se comer
Já basta ver nas vitrines
Coisas que eu nunca vou ter
Mas um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver
Pra ver os meus filhos com vergonha de mim
(Carro velho pra quê?)
Pra ver os vizinhos todos rindo de mim
(Carro velho pra quê?)
Eu tenho raiva do mundo
Eu tenho raiva de mim
Eu tenho raiva de tudo, tudo o que eu não posso ter
Carro velho
Carro velho pra quê?
Pra enfeitar a sujeira
Da rua que me viu nascer
Eu já empurro carroça
Eu já carrego essa cruz
Um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver
Carro velho
Carro velho pra quê?
Se é pra ficar no caminho
Eu prefiro nem ter
Eu quero ter um novinho
Eu quero um tipo cupê
Um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver
Carro velho
Carro velho pra quê?
Já não bastasse a miséria
O pouco que se comer
Já basta ver nas vitrines
Coisas que eu nunca vou ter
Mas um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver
Pra ver os meus filhos com vergonha de mim
(Carro velho pra quê?)
Pra ver os vizinhos todos rindo de mim
(Carro velho pra quê?)
Eu tenho raiva do mundo
Eu tenho raiva de mim
Eu tenho raiva de tudo, tudo o que eu não posso ter
Carro velho
Carro velho pra quê?
Pra enfeitar a sujeira
Da rua que me viu nascer
Eu já empurro carroça
Eu já carrego essa cruz
Um dia eu ganho sozinho
Aí é que vocês vão ver

Em homenagem aos Paralamas, uma receita:

MOJITO (lê-se morrito)

Ingredientes:

02 folhas de menta;
01 dose de rum;
01 colher (chá) de açúcar;
02 doses de suco de limão;
01 dose de água mineral com gás.
Modo de preparo:

Coloque uma folha de menta no fundo do copo, adicione gelo picado, rum, açúcar, suco de limão e agite. Adicione água mineral com gás e enfeite o copo com a outra folha de menta.


Estava em Pipa, há um ano, e aceitei o desafio do Mojito, juntamente com a namorada de um amigo meu. Detestamos, diga-se de passagem, mas o nome do drink é bem legal.
Por falar em drink, JB, quem foi mesmo que disse: "Bebo para me embriagar, não vejo outra razão."?

I Don't Want To Talk About It

Tocou no rádio.
Cantada por Rod Stewart.
Lembro de um show em que ele cantava com uma garota.
Parecia uma música feliz.

I Don't Want To Talk About It
(D. WHITTEN)


I can tell by your eyes that you've probably been crying forever,
and the stars in the sky don't mean nothing to you, they're a mirror.
I don't want to talk about it, how you`ve broken my heart.
If I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart, ohh my heart?
If I stand all alone, will the shadow hide the color of my heart;
blue for the tears, black for the night's fears.
The stars in the sky don't mean nothing to you, they're just a mirror.
I don't want to talk about it, how you broke my heart.
If I stay here just a little bit longer,
if I stay here, won't you listen to my heart, ohh my heart?
my heart, ohh my heart, this old heart.
I don't want to talk about it, how you´ve broken my heart
If I stay here just a little bit longer,
if I stay here, won't you listen to my heart, ohh my heart?
My heart, ohh my heart.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

De brincadeira?

Diálogo 1:

- Mãe, fiz um blog!
- Que bom, meu filho, quero ver! Manda o endereço para mim.
- Vou mandar pelo msn.
- Ok.
...
- Vi seu blog, meu filho. Tão lindo. É um blog de brincadeira, não é?
- É, mãe. É um blog de brincadeira.

Diálogo 2:

- Humberrrrrtôooooo! Vem pra Barraaaa! Tá fazendo sol, hoje!
- Vou nada, estou lendo uns negócios aqui.
- Já tomei cinco caipiroskas, veeeem, pô!
- Não, valeu, obrigado!
- Você é um saco furado mesmo!

Taking coffee seriously 01





Barista é o sujeito que entende de café. Ou melhor, barista é o sujeito que entende muito da preparação de cafés, sobretudo os especiais. Não sou um barista, claro, mas gosto de café e levo esse hobby a sério.
O objeto ao lado se chama tamper e, os bons, são feitos em aço inox ou alumíno, sendo os primeiros, a meu ver, melhores. O meu é em inox, por supuesto. Mas, para que servem os tampers? Servem para calcar o café, depois de moído, no porta-filtro. Estou falando de café espresso, naturalmente. (espresso, café feito com água sob pressão; expresso, café feito rapidamente... isso foi uma piada, sabia?).
O café é uma das commodities que mais sofrem influências em sua qualidade final: clima, colheita, processamento, torrefação, armazenamento, transporte... tudo isso pode arruinar o café.
Como se não bastasse, mesmo um café de primeiríssima linha pode ser prejudicado pela qualidade da água, da máquina e da mão de quem o prepara. É ai que entram a granulometria (pó mais fino ou mais espesso), a pressão e a temperatura da água e o aperto que o pó leva, com o tamper.
Eu sei que esse papo de café está meio chato.
Para finalizar, pelo menos por ora, sobre café, uma dica: peça espresso curto! O café curto tem menos cafeína (mais água, mais cafeína). Além disso, os óleos ricos em aroma e sabor são extraídos logo na primeira passagem da água. Trata-se de um café mais licoroso, bla-bla-bla...
Na verdade, eu não queria falar sobre café.
Hoje, quando estava tomando um belo Sul de Minas, não o tradicional Mogiana, veio-me à mente essa expressão: I take coffee seriously! O duplo significado me agradou (levo o café a sério e tomo café seriamente).
Lembrei, de imediato, do livro de Ronald Dworkin, Taking Rights Seriously! Parece incrível, mas era disso que eu queria falar. Como entender os meandros do nosso pensamento?
Segundo os meus planos, falaria que Dworkin, como Kelsen, era mais citado do que lido. Eu sempre quis dizer isso!
Falaria dos princípios, inclusive da célebre passagem de Celso Antônio Bandeira de Mello, aquela que diz que violar um princípio é mais grave do que desrespeitar uma regra.
Mas... fiquei cansado. O café trouxe, ao invés de tirar-me o sono.
Então, paro por aqui. Deixo esse belo soneto de Machado de Assis:
CÍRCULO VICIOSO
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
"Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
"Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
"Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!
"Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
"Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume!
"Mas o sol, inclinando a rútila capela:
"Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?"
Machado de Assis

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Reveillon Celebration




Bosco, eu e Pedro!

Transcrevi, no post anterior, meu primeiro conto: O outro. Chamei-o de miniconto pretensioso, mas estava errado. Trata-se, apenas, de um conto pequeno e pretensioso. Um miniconto é uma espécie literária distinta, soube agora há pouco.
Para maiores esclarecimentos:






"Fui ao Celebration e me disseram que foi muito bom!"


Talvez isso seja um miniconto!
Para compensar, transcrevo, abaixo (copio e colo, claro), um dos meus textos favoritos:
Seria um conto?





"ÁGUA DO MAR


Estamos aqui novamente – foi o que ele disse a si mesmo, em silêncio, antes de pisar, descalço, a fina areia da praia.
Mesmo estando o dia nublado, ainda era domingo, e ele ansiava por molhar seus pés na água salgada, seu solitário ritual de purificação. Não lembrava há quanto tempo fazia isso, mas sentia que não poderia deixar de procurar aquela paz.
Às vezes, passava muito tempo sem ter essa necessidade, chegando mesmo a quase se esquecer dela. Noutras épocas, buscava seu alívio com mais freqüência. Somente assim sentia-se novamente em si. Era como uma recarga espiritual, muito embora jamais tentasse explicar. É provável que nunca tenha ouvido falar em catarse, ou idéias do gênero. Conhecia pouco dessas coisas.
Rui era um homem quase maduro. Perdera, em parte, o verniz com que a juventude costumava banhar sua face, mas ainda não adquirira as marcas trazidas pelas convicções da meia-idade.
Gostava de frases feitas, frases de efeito moral, frases com estilo. Era esse o seu manancial de soluções para as questões que julgava elevadas. Citava-as sempre, anotava-as em todos os lugares, decorava-as, sabia de seus autores, de suas vidas. Aproveitava-se da experiência sintetizada por outros homens, acreditando que assim poderia igualar-se a eles.
Sempre procurava o mar quando algo diferente acontecia em sua vida. Uma conquista alcançada, uma derrota sentida, seu encantamento e desencantamento pelo mundo, a ventura e a desventura de viver. Compartilhava com o oceano suas dúvidas mais íntimas, oferecendo, como que em retribuição, suas poucas certezas.
Mas nada disso estava muito bem organizado na sua cabeça. Agia mais por instinto do que por deliberação. As únicas coisas que dominava eram seus passos, excessivamente lentos, e seu olhar, fixado na linha do horizonte. Todo o resto era construído com espontaneidade, sem o seu controle ou orientação.
Esse dia, a princípio, não tinha nada de diferente dos outros. Caminhada, reflexão, retorno e paz. Rui lembrou de amigos que tinham ido para sempre, alguns por vontade própria. Lembrou que, ele próprio, já tinha tido vontade de abreviar o que considerava ser “sua estada acidental”. Talvez nem essa expressão fosse sua.
Ao retornar, satisfeito e renovado, quis, pela primeira vez, uma definição para esse contato consigo mesmo. Vasculhou sua memória, consultou as frases que usava por empréstimo. Não encontrou nada.
Percebeu, então, que esse era o único momento em que ouvia suas próprias idéias. Sentiu a liberdade que essa constatação lhe concedia, sentiu que poderia expandir seus horizontes, de dentro para fora, a partir de si mesmo. Viu, então, que o que vinha de fora apenas o restringia, limitando-o a pensamentos que não eram seus.
Quis sorrir, mas a única coisa que conseguiu fazer foi enxugar a segunda lágrima, pois a primeira já tinha lhe lembrado, com seu sabor, que seu caminho beirava o mar.
Assim prosseguiu, ainda com sal nos pés e na boca, cada vez com menos certezas, mas cada vez mais puro e perto de si."

Em julho de 2002.



No primeiro domingo à noite, após a criação deste blog, por ironia, não postei!
Em compensação, comi pizza. Pedi para seis pessoas, mas apareceram oito!
Quanto ao vinho, eu não ia dizer, mas...
O tal Bordeaux Grand Theatre 2006 (tinto, français, Cabernet Sauvignon e Merlot), a despeito da recomendação (disseram que era "redondinho") não estava lá esses balaios (isso ainda na sexta!), razão pela qual comecei repetindo o Tribal sul-africano (Pinotage e Pinot Noir). Para um vinho do dia-a-dia tem um bom custo-benefício. Parece que saiu alguma coisa em relação a ele na revista Veja.
Depois as coisas começaram a melhorar e vieram um Winemaker (chileno) e um Norton (argentino). As uvas e o ano não importam agora, pois esses são sempre garantidos.
Antes de dormir no domingo e, na segunda-feira, ao acordar, estava tocando Led Zeppelin:
STAIRWAY TO HEAVEN

There's a lady who's sure all that glitters is gold
And she's buying a stairway to heaven
And when she gets there she knows if the stores are all closed
With a word she can get what she came for
Woe,
And she's buying a stairway to heaven
There's a sign on the wall but she wants to be sure
'Cause you know sometimes words have two meanings
In the tree by the brook there's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven
Woe,
And it makes me wonder
There's a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving
In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees
And the voices of those who stand looking
Woe,
And it makes me wonder
And it's whispered that soon, if we all call the tune
Then the piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forest will echode with laughter
If there's a bustle in your hedgerow
Don't be alarmed now
It's just a spring clean for the May Queen
Yes there are two paths you can go by
But in the long run
There's still time to change the road you're on
And it makes me wonder
Your head is humming and it won't go because you don't know
The piper's calling you to join him
Dear lady can't you hear the wind blow and did you know
Your stairway lies on the whispering wind
And as we wind on down the road
Our shadows taller than our souls
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
And if you listen very hard
The tune will come to you at last
When all are one and one is all
To be a rock and not to roll
Woe oh oh oh oh oh
And she's buying a stairway to heaven
LED ZEPPELIN

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Grano duro

Elaine, minha irmã, disse que eu não deveria postar mais de uma vez por dia, pois, em pouco tempo, o entusiasmo iria embora. Segundo ela, vai faltar assunto e, em breve, passarei longos períodos sem escrever nada. Dessa forma, seria melhor guardar o que escrevo para colocar em dias sem idéias.
Talvez ela esteja certa. Ocorre que, pelo menos hoje, por ser domingo de carnaval, não me sinto culpado escrevendo mais de uma vez. Não que eu não tenha o que fazer, claro. Aliás, já decidi assistir, daqui a pouco, Batman - O Cavaleiro das Trevas. Como muita gente, estou bem interessado em ver a atuação de Heath Ledger, o Coringa, in memoriam. Dizem que ele vai ganhar o Oscar, póstumo, de ator coadjuvante, por sua brilhante atução. Vou conferir.
Nanna, que aprendeu a usar o computador, diz que não há problema algum em se postar mais de uma vez no mesmo dia.
Mas, porque estou escrevendo mesmo? Bem, sabe como é... o computador fica ligado o dia todo mesmo, sempre dou uma olhada na minha caixa de e-mails, no orkut e, a partir de ontem, no blog, para ver se tem algum comentário... então, veio aquela vontade de dizer alguma coisa. É isso!
Acontece que escrever tem algo de catártico. Por falar nisso, lembrei agora do meu primeiro texto pretensioso. Trata-se de um miniconto, escrito há pouco mais de dez anos.
Digo pretensioso porque foi escrito pretensiosamente. Até então, eu só havia escrito utilizando caneta e papel pautado. Bem, eu tinha uma espécie de diário, desde a adolescência, com textos em prosa e poesias. Se não me engano, o diário maluco preenchia quase dois cadernos grandes, daqueles de doze matérias. Mas, quis a Providência que eles fossem parar no lixo e, há muito, estão perdidos para sempre.
Voltando ao miniconto. Escrevi-o no computador! Pela primeira vez sentei diante de uma tela em branco e produzi uma peça de ficção. Mas não é por isso que ele é ambicioso. Mostrei-o, imediatamente, ao meu amigo Giovani. Lembro que ele não gostou.
Segue o texto:

"O OUTRO



Lembro do acontecido com uma clareza que me atormenta.
Início do verão passado. Talvez mais por influências de amigos do que por vontade própria, resolvi fazer caminhadas durante as manhãs.
Nem sempre caminhava pelos mesmos lugares, bem como não raro já pegava um sol mais rigoroso, principalmente nos finais de semana e feriados.
É certo que não mais sou um atleta, se é que algum dia cheguei a ser; mas se não estou entre os mais bem condicionados, tampouco admitiria pertencer ao grupo dos piores em condição física.
Entretanto, tudo isso é secundário.
O importante é que foi numa dessas caminhadas que presenciei o fato mais bizarro e inverossímil de que posso me lembrar.
Ainda estava no início do percurso; mal tinha atingido meu ritmo, que não é dos mais velozes. Senti uma presença estranha, como se estivesse sendo observado. Como qualquer um faria, dei uma olhada ao redor. Notei que vinha um homem na mesma direção e sentido que eu, porém bem mais atrás.
Estava ele com roupa esportiva, o que me fez deduzir, com razão, que se tratava de outro caminhador. Continuei meu percurso normalmente. Vez por outra olhava meio de lado, de canto de olho, e sempre percebia sua aproximação.
À medida que ia chegando mais perto de mim, senti uma familiaridade inexplicável por sua figura, circunstância que me motivou a ficar mais atento, quase incomodado. Queria saber de quem se tratava e, sobretudo, se fosse alguém conhecido, cumprimentar.
Por coincidência – e hoje em dia não mais acredito em coincidências – no momento exato em que ele chegou perto de mim, e eu olhei para ele, os fortes raios do sol, refletidos pelo pára-brisa de um automóvel estacionado, ofuscaram-me completamente. Por conseqüência, não pude saber de quem se tratava.
O que me impressionou foi o movimento brusco, como que assustado, por ele realizado ao tempo em que proferia algo sofrido e ininteligível. Sem entender o que estava acontecendo, observei atônito aquela figura correndo em desespero para longe de mim.
Mais tarde parei para refletir sobre o que acontecera. A nenhuma conclusão importante cheguei, a não ser que ele tivera sido pego de surpresa por minha pessoa. Mas por que será que ele ficou tão assustado ao me ver? Depois de algum tempo, como deveria ser, não mais me importei com aquilo. Esqueci.
Vieram as chuvas e, junto com elas, a preguiça. Deixei de andar.
Há duas semanas, e dessa vez por vontade própria, decidi caminhar novamente. Agora vejo como são os tais desígnios ocultos. Voltei a um dos locais onde costumava andar e, como era domingo, já cheguei bem tarde.
Estava eu praticamente concluindo a caminhada, quando percebi a figura de um homem à minha frente, andando num ritmo menos intenso do que o meu. Fui me aproximando aos poucos, pois tive a mesma impressão de familiaridade antes descrita. Só podia ser ele. Acelerei. Finalmente descobriria a figura misteriosa.
Interessante é que ele, vez por outra, olhava meio de lado, como que acompanhando minha marcha. Quando cheguei bem perto, digo o mais perto que efetivamente pude chegar, ele virou o rosto e olhou para mim.
Não posso descrever o susto que tomei. Recuso até tentar qualificar o medo que tive, ao ver a minha própria imagem olhando para mim. Era eu, eu mesmo!
Minha reação automática foi um sobressalto espontâneo, seguido por um gemido de pavor. Quando voltei a uma relativa normalidade, após uma corrida desesperada em sentido contrário, foi que pude visualizar exatamente o que tinha se passado.
Eu vi meu rosto olhando para mim, como num espelho. Só que, ao invés de uma fisionomia aterrorizada como a minha, o outro parecia não me reconhecer, ou melhor, dava a impressão de que não estava percebendo quem eu era, nem o que estava se passando, como se estivesse ofuscado por algum reflexo. Sua expressão foi de surpresa branda com minha reação arrebatadora, e tenho para mim que ele ficou parado a me observar, enquanto eu fugia por uma reação incondicionada.
Não foi difícil ligar os fatos. O estranho que eu vira, sem identificar, no verão passado, estava com a roupa que vesti no segundo encontro. E o outro eu, desse encontro recente, estava com a roupa que eu vestira na primeira ocasião, e que sequer mais possuo. Tanto o local quanto a hora foram as mesmas.
Para mim é evidente que encontrei comigo mesmo. Podem imaginar a reviravolta ocorrida em minhas concepções de tempo, vida e verdade.
Não tenho outra ambição nesta vida além de me convencer de que estou errado, ou esquecer definitivamente dessa minha imagem que me persegue na memória. A perspectiva de me encontrar novamente é algo arrepiante.
Eu também chamaria de louco ou mentiroso alguém que me contasse uma história como esta.
Minha pretensão ao narrar este episódio, que lamentavelmente é verídico, não é outra senão abrir caminho para que outras pessoas, vítimas também do extraordinário, possam se sentir encorajadas a fazer o mesmo.
Dessa forma, e esse é o sopro de esperança que me resta, poderei, quem sabe, explicar racionalmente este evento ou concluir que me enganei por algum motivo; antes de aceitar que foi algo sobrenatural, hipótese que não trará de volta o sono que perdi desde então."


Janeiro de 1999.



Pretensioso, não? Mas só eu sei a felicidade que foi terminá-lo.
Salvo engano da minha parte, 1999 foi o ano em que fui morar sozinho, em um apartamento de 50 m2, na Ponta Verde.
E essa história de grano duro?
Fiquei com esse mote na cabeça. Sempre que como massa recheada me arrependo. Hoje, não sei porque, pedi ravioli de parma aos quatro queijos. O Wladimir já tinha dito que, na Itália, não se aprecia muito massa com molho de queijo. O Wlad e os italianos estão certos, afinal.

Diário?


Após ler as minhas duas primeiras postagens, o Hsu, darwinista e pragmático, perguntou-me, como que afirmando: o seu blog vai ser como um diário, não é? Então eu disse que não, apenas escreveria o que me viesse na cabeça, quando tivesse vontade.
E o que aconteceu, nesta manhã chuvosa de domingo, em pleno carnaval? (lembrei, agora, da expressão "tríduo momesco"!). Acordei por força do barulho do vento, que fazia trepidar a porta do gabinete. Um verdadeiro aborrecimento. Liguei o som e, aleatoriamente, tocou Elevation, do U2 (All That You Can't Leave Behind). É o tipo de música que só pode ser ouvida com o volume bem alto, segue a letra:
ELEVATION
High, higher than the sun
You shoot me from a gun
I need you to elevate me here,
At the corner of your lips
As the orbit of your hips
Eclipse, you elevate my soul
I've lost all self-control
Been living like a mole
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
A star lit up like a cigar
Strung out like a guitar
Maybe you could educate my mind
Explain all these controls
I can't sing but I've got soul
The goal is elevation
A mole, digging in a hole
Digging up my soul
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
Love, lift me out of these blues
Won't you tell me something true
I believe in you
A mole, digging in a hole
Digging up my soul
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Tomei um café e, por força do tempo chuvoso, desisti de ir à Barra de São Miguel. Mandei uma mensagem para a Paulinha, dizendo que não ia mais e liguei para minha mãe, confirmando o almoço de domingo.
E o que essa foto do Jorge de Lima está fazendo ai?
Bem, por mais insólito que possa parecer, tive um sonho que me lembrou o seguinte soneto:
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES

Lá vem o acendedor de lampeões da rua!
Esse mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampeões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões da rua!
JORGE DE LIMA 1895-1953
Alagoano de União dos Palmares

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Nada mais apropriado





Então estavam aqui Hsu e Daniel. A fome apertou e, como de costume, saímos para jantar. A fome era grande, assim fomos a uma churrascaria, como já fizemos algumas centenas de vezes.

Como sempre, sem exceção, eu e Hsu saímos dizendo ai... comi demais! O Daniel, claro, apenas rindo da nossa cara. Lembro que aconteceu o mesmo em Curitiba, quando estávamos indo de moto para o Chui, em 2002. Ok, Hsu, não vou falar da sua capa de chuva! Só para concluir, acerca de Curitiba, aquele foi o dia mais frio sobre duas rodas da nossa expedição. Quando lembro, aindo sinto gelar as mãos. Na foto acima estamos no Uruguai. A margem que pode ser vista é o Brasil e as águas, claro, são do Arroio Chui.
Bem, decidi falar da churrascaria porque, afora o repertório de Fagner que o Paulinho toca quando chego (ele sabe que eu gosto mas, quando vou com a minha mãe, toca Emílio Santiago para ela!), tocou, lá pelas tantas, Primeiros Erros, de Kiko Zambianchi (o Bosco iria adorar, mas ele não comeria carne à noite - Bosco, comeu os bolinhos de tubalhau em Fernando de Noronha? Lamento informar, mas o bolo velho foi para o lixo... brincadeira, dei para a Dona Graça e sei que o Pedro me apoiaria, não é, Peter?).
Mas, o que tem essa música de especial? Ocorre que, na sexta-feira, quando me despedia de uns amigos no Iguatemi, depois do almoço, um deles perguntou a outro onde iria passar o carnaval. Como o demandado ficou titubeando, sem querer dizer, o Vicente cantou o seguinte trecho: "Meu caminho é cada manhã, não procure saber onde vou". Todos rimos. Achei o máximo, ponto para o Vicente! Por falar nisso, lembrei de uma pessoa que encontrei à tarde no msn. Decidiu viajar de última hora no carnaval, mas não disse para onde ia, nem perguntei, pois ela poderia vir com essa de meu caminho é cada manhã...
PRIMEIROS ERROS
Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas só chove chove
chove chove
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas só chove chove
chove chove
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas só chove chove
chove chove

O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove chove
Chove chove
Chove chove
Chove chove
Chove chove
Chove chove
Chove chove
KIKO ZAMBIANCHI

Um início

Eu não queria começar falando sobre o nome deste blog: Domingo à noite! Entretanto, se não o fizesse logo, correria o risco de, vez por outra, receber perguntas nesse sentido. Para evitar o desconforto, decidi me desincubir dessa pendência.
Dizem que domingo à noite é o pior momento da semana, pois põe fim ao lazer e antecede a volta às obrigações normais, como trabalho e estudo. Por esse lado, não poderia ter escolhido nome pior. Confesso, entretanto, que não foi nisso que pensei. Assim, gostaria de afastar qualquer veleidade ou mensagem subliminar sadomasoquista.
Na verdade, a idéia de criar um blog não é muito recente. Não obstante, apenas agora, durante o feriadão do carnaval, tive ânimo para escrever alguma coisa. Detalhe: estou num sábado, à tarde!
Quando pensei em criar este espaço, inicialmente, imaginei que o momento ideal para as postagens seria o domingo à noite, pois teria tempo livre e poderia relatar algo importante ocorrido durante a semana etc.
Ocorre que essas coisas não funcionam assim. Primeiramente porque, estou certo, não escreverei todos os domingos à noite, assim como, posso intuir, escreverei em outros dias. Por outro lado, essa história de comentar fatos importantes não me diz respeito. Acho que já tem muita gente, mais atenta e talentosa do que eu, que fala com bastante propriedade acerca das mais relevantes efemérides.
Pretendo, isso sim, juntar num só lugar as letras das músicas e os poemas que, por uma razão ou por outra, fizeram-me sentir algo especial ou, mais raramente, provocaram alguma reflexão.
Teria ainda algo a acrescentar, à guisa de início, mas acabo de receber as visitas dos meus amigos Hsu e Daniel, razão pela qual vou parar por aqui mesmo.