sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sweet dreams

Fiquei com uma frase na cabeça, que uma pessoa muito inteligente falou, quando conversávamos acerca da existência humana: "- Sou simples, mas não sou medíocre!".

Esse píncaro moral surgiu, se a memória não me engana, com o auxílio de um carménère, reserva, Porta. Chileno, claro. Recordo que, quase sem discrepâncias, concordamos acerca das especiarias, frutas negras e vermelhas, maduras. No tocante à pimenta, houve alguma confusão, considerando os taninos suaves da carménère, que disputavam espaço com a própria juventude do vinho. Sei que fui metido, mas as minhas férias estão acabando e isso me deixa meio sem noção do ridículo. (?!) Bem, a verdade é que aprendo essas coisas com pessoas que realmente entendem de vinho e, como dá vontade de guardar as memórias num só lugar, repleto de lembranças afetivas, ponho tudo no blog.

Voltando ao assunto.

Refleti muito a esse respeito. Vez por outra a frase me volta à mente. É realmente um belo dito e, acima de tudo, uma excelente prática de vida.

Não vou discorrer acerca das implicações simplicidade x mediocridade. Há pessoas que sabem muito mais e escrevem bem melhor do que eu, quando o assunto é Filosofia. Em todos os outros temas também, claro. Como dizia Dale Carnegie: "Qualquer pessoa, em algo, é melhor do que eu!", ocorre que, em se tratando dessas questões mais profundas, esse contingente aumenta de modo exponencial.

Sobre a questão da mediocridade: "O homem medíocre", de José Ingenieros. Confesso que ainda não li, mas recebi ótimas referências. Meu amigo Hsu comprou e, segundo ele, vai me emprestar nos próximos dias.

Ontem, antes de dormir, estava tocando, cantado por Marilyn Manson:


Sweet Dreams (Are Made of This)
(Eurythmics)


Sweet dreams are made of this

Who am I to disagree?

I travel the worldAnd the seven seas-

-Everybody's looking for something.

Some of them want to use you

Some of them want to get used by you

Some of them want to abuse you

Some of them want to be abused.


Não sei se foi a música, ou o visual do Marilyn Manson, mas lembrei de um poema tenebroso, que me fascina desde a adolescência:


MEU SONHO
EU
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso.
E galopas do vale através.
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?
Tu escutas. Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O FANTASMA
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!
ÁLVARES DE AZEVEDO

Um comentário:

Muito obrigado pelo comentário!