domingo, 22 de fevereiro de 2009

Diário?


Após ler as minhas duas primeiras postagens, o Hsu, darwinista e pragmático, perguntou-me, como que afirmando: o seu blog vai ser como um diário, não é? Então eu disse que não, apenas escreveria o que me viesse na cabeça, quando tivesse vontade.
E o que aconteceu, nesta manhã chuvosa de domingo, em pleno carnaval? (lembrei, agora, da expressão "tríduo momesco"!). Acordei por força do barulho do vento, que fazia trepidar a porta do gabinete. Um verdadeiro aborrecimento. Liguei o som e, aleatoriamente, tocou Elevation, do U2 (All That You Can't Leave Behind). É o tipo de música que só pode ser ouvida com o volume bem alto, segue a letra:
ELEVATION
High, higher than the sun
You shoot me from a gun
I need you to elevate me here,
At the corner of your lips
As the orbit of your hips
Eclipse, you elevate my soul
I've lost all self-control
Been living like a mole
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
A star lit up like a cigar
Strung out like a guitar
Maybe you could educate my mind
Explain all these controls
I can't sing but I've got soul
The goal is elevation
A mole, digging in a hole
Digging up my soul
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
Love, lift me out of these blues
Won't you tell me something true
I believe in you
A mole, digging in a hole
Digging up my soul
Now going down, excavation
I and I in the sky
You make me feel like I can fly
So high, elevation
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Elevation...
Tomei um café e, por força do tempo chuvoso, desisti de ir à Barra de São Miguel. Mandei uma mensagem para a Paulinha, dizendo que não ia mais e liguei para minha mãe, confirmando o almoço de domingo.
E o que essa foto do Jorge de Lima está fazendo ai?
Bem, por mais insólito que possa parecer, tive um sonho que me lembrou o seguinte soneto:
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES

Lá vem o acendedor de lampeões da rua!
Esse mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampeões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões da rua!
JORGE DE LIMA 1895-1953
Alagoano de União dos Palmares

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