Já que na postagem anterior vimos nada mais, nada menos, que Dom Pedro II falando, em versos, sobre a ingratidão, decidi trazer para o blog um dos sonetos mais famosos acerca do tema. Talvez seja o mais famoso mesmo...
VERSOS ÍNTIMOS
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
AUGUSTO DOS ANJOS
Eu sei esse poema decorado. Gracas a vc!
ResponderExcluirBjo,
F.
Muitas panteras, cara!! Muitas panteras !! kkk
ResponderExcluirO Presidente.
Humberto,
ResponderExcluirEstou curtindo muito a coleção de sonetos. O do Augusto dos Anjos é impagável, um retrato cru de dois males de nossa condição humana: o fenecimento dos sonhos e a ingratidão (esta pantera, que frustra tantas expectativas de lealdade e amizade).
Estou esperando os próximos, viu?
Forte abraço
George Sarmento
Caro Humberto.
ResponderExcluirEstive observando e notei que estes dois últimos sonetos, se encaixarão muito bem numa rubrica:" Poesias à base de cuspe."
Abraços.