sexta-feira, 31 de julho de 2009

Poema... ?? ok, depois vou pensar em numerar os poemas! Talvez no próximo ano, depois do Carnaval... não, melhor, este será o 01! Esqueçamos os demais

Já que na postagem anterior vimos nada mais, nada menos, que Dom Pedro II falando, em versos, sobre a ingratidão, decidi trazer para o blog um dos sonetos mais famosos acerca do tema. Talvez seja o mais famoso mesmo...



VERSOS ÍNTIMOS



Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

AUGUSTO DOS ANJOS

4 comentários:

  1. Eu sei esse poema decorado. Gracas a vc!
    Bjo,

    F.

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  2. Muitas panteras, cara!! Muitas panteras !! kkk

    O Presidente.

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  3. Humberto,

    Estou curtindo muito a coleção de sonetos. O do Augusto dos Anjos é impagável, um retrato cru de dois males de nossa condição humana: o fenecimento dos sonhos e a ingratidão (esta pantera, que frustra tantas expectativas de lealdade e amizade).
    Estou esperando os próximos, viu?
    Forte abraço
    George Sarmento

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  4. Caro Humberto.

    Estive observando e notei que estes dois últimos sonetos, se encaixarão muito bem numa rubrica:" Poesias à base de cuspe."

    Abraços.

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Muito obrigado pelo comentário!