(Eu) - É um romance.
(X) - Ah... uma história de amor!
(Eu) - ... ai, ai! (em pensamento)
Um romance não é, necessariamente, uma história de amor.
Uma história de amor não é, necessariamente, um romance.
Um romance seria, digamos, uma obra longa (ou não-curta) de ficção. Longa no sentido de ser maior do que um conto.
Uma história com até 50 páginas pode ser considerada um conto, mas essa divisão não é muito precisa. A verdade é que não há parâmetros fixos ou legais, apenas acadêmicos.
Há muitos anos, quando conversava com um amigo, disse-lhe que gostaria de cursar Letras, para aprimorar a minha técnica e obter mais conhecimentos, tudo com o intuito de escrever melhor. Eu tinha essa pretensão, ou melhor, essa ilusão.
Meu amigo fez-me ver que o essencial, na arte literária, não seria o academicismo. Muito pelo contrário. Conhecer as definições, as opiniões, as técnicas, por vezes, pode até atrapalhar. Segundo ele, cujos ensinamentos guardo como verdadeiro tesouro, o importante seria ler outras obras, sempre que possível, e escrever muito. Em sua opinião, ainda, o brilho literário de um escritor criativo e sem parâmetros técnicos seria muito mais apreciado do que a arte parnasiana de um seguidor de manuais.
Não estou criticando o curso de Letras, por favor. Eu mesmo o segui por um ano. Até hoje sinto saudade e, vez por outra, penso em voltar. Talvez um dia volte, quem sabe...
Além disso, tenho muitos amigos formados em Letras. Admiro-os e admiro o curso.
O que estou tentando dizer é que, para ser um bom escritor, não é necessário cursar Letras. Não me interpretem mal.
Convenções e consensos literários à parte, o problema de se confundir um romance com uma história de amor não há na Língua Inglesa: conto (short story), romance (novel). Fica bem mais fácil assim, não é?
...(X, Y, Z etc.) - Quem é Nanna?
(Eu) - Só falo sobre o livro com quem o leu...
melhor nao falar em ingles, ne?
ResponderExcluirNovela eh uma palavra perigosa pra essa audiencia... ;)
Bjo,
Fernanda
E é um livro arrebatador, tem um dinamismo próprio, que sempre está provocando quem está lendo a sentir um suspense irresistível. Acredito também que a "falta" de seguir um manual tenha transformado esse livro na sua obra-prima Betão. E viva a Nanna! Que venha próximo livro!
ResponderExcluirÉ isso aí, Fernando! Que venha o próximo livro.
ResponderExcluirBeijos da irmã,
Elaine
Dr. Humberto Costa eu li o seu livro “O relato de Nanna”, e gostaria de fazer algumas considerações e críticas construtivas também a respeito da sua obra.
ResponderExcluirConfesso que apenas na nota inicial o Sr. Conseguiu quase me convencer que a narradora/relatora da história pertencia ao sexo feminino, apenas lá, pois no desenvolver da trama ela pareceu um tanto “masculinizada”, é bem certo que se trata do seu primeiro filho/obra/livro e seria pedir demais que o Sr. escrevesse estilo Clarice Lispector, por exemplo, que incrivelmente revela o pensamento das mulheres, desnudando a alma feminina em seus maravilhosos livros, Mas também acho que o único homem que parece conseguir desvendar e se transportar para o universo feminino é o cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, as letras de suas músicas comprovam esta afirmativa. Por falar em Chico Buarque, deixando a parte às críticas literárias que tecem sobre suas obras, o livro de sua autoria, Budapeste, foi sem dúvida um dos livros mais inteligentes e criativos que já li!
Bem, voltando a Nanna, o que faltou foi o Sr. Ler mais Clarice, ouvir mais Chico, ou quem sabe viver um grande e verdadeiro amor, para dar alma de mulher a sua personagem, afinal só quando queremos muito mergulhamos no misterioso mundo do outro, que nos é diferente por natureza, nos apaixonamos a ponto de querer decifrar até o pensamento do ser amado. Estou brincando Dr., na verdade Nanna, devido a sua condição (não posso falar senão perde a graça para quem ainda não leu) está mais para ser uma criatura meio assexuada, logo tanto faz se possui personalidade masculina ou feminina. Quanto à linguagem do livro, acho que li uns termos técnicos (jurídicos) dispersos ao longo da obra, o Sr. Deve ter mais cuidado para não escrever obra literária com termos utilizados em pareceres, tente esquecer que é um Membro do Parquet, mas apenas para escrever livros não jurídicos, claro.
Em relação aos nomes utilizados: Mistral, Lineus...BIBIATATAU...da próxima vez pede ajuda a alguém antes de batizar seus personagens, é só uma dica mesmo. No capítulo XXI pude verificar um errinho material, nada demais, foi na 3ª linha: “Aos poucos, como sói ocorrer com as vítimas de qualquer trauma,” (...) –O CORRETO NÃO SERIA(?): “Aos poucos, como só ocorre com as vítimas de qualquer trauma,” (...)
No mais o livro é bom, tem um tema atraente que é o desejo que a maioria dos homens cultiva pelo eterno, a vontade de ser pra sempre, olha daria um bom filme, claro se não levassem para o lado da reencarnação, o que o tornaria religioso, fugindo do real enredo que remete ao futurístico Matrix. Olha que eu costumo ser exigente com o que leio!
Parabéns pela sua criação! Que esta seja a primeira de várias outras histórias a serem contadas pelo Senhor.
Sugestão: que tal escrever um manual de sobrevivência para solteiros? Mas cuidado para não soar meio machista.
Desculpa se a minha sinceridade apresentou rudeza, mas como um grande doutrinador uma vez falou numa palestra, o sucesso de seus livros foi construído com críticas feitas pelos alunos a sua primeira obra, onde a cada edição ele aprimorava, mais e mais aperfeiçoando assim sua escrita, para facilitar o diálogo com o leitor, para se fazer entender.
Um abraço e Sucesso!!!
Sr. Anônimo,
ResponderExcluirO que se escreve não é necessariamente compartilhado entre escritor e leitor(es), pois cada um faz sua interpretação daquilo que é lido. O autor tem a coragem de expor ao público o que escreve, sua criatividade e cultura, mas a leitura pelo outro é algo permeado pela própria história e cultura (ou falta dela...) de quem lê. Seus comentários são válidos e tenho certeza de que Humberto vai tomá-los como uma contribuição para a interpretação da obra. Mas o que ele, como autor, queria dizer a cada palavra e ideia, a cada personagem (e seus nomes criativos) é inacessível aos incautos que se aventuram a dar um olhar unilateral à obra.
Quanto ao "sói acontecer", sugiro que procure uma gramática, com urgência, antes de ficar expondo suas fragilidades nos blogs alheios...
Elaine
Caro anônimo.
ResponderExcluirSua crítica teria sido bastante proveitosa se a assinasse.
Não possuo procuração para defesa, mas entendo que, quando se trata de uma crítica, a assinatura do crítico é muito importante, pois revelará as verdadeiras intenções do mesmo, através do conjunto: Pessoa/Pensamento/Comentário/ Contexto social, profissional e pessoal no qual está o crítico inserido.
Bem, como não conheço a obra, me calo...
ResponderExcluirabraços
Poxa Humberto, não esperava essa muvuca aqui no teu blog, logo hj que após meses resolvo dar uma "passadinha rápida".
ResponderExcluirIa comentar Pink Floyd, linda música, mas agora fiquei interessada na tal crítica... olha, como leitora critico a quem te disse pra ler mais Chico Buarque, sei que ele é bom, mas meu caro crítico, amplie seus horizontes, e claro, nem todos vão amar o romance de Humberto, eu particularmente achei surpreendente e com certeza me arriscaria a adquirir os próximos livros deste autor que nasce para as letras.
Sobre meu pai: perguntei se ele gostou do livro, ele respondeu:
- Nana é uma danada, forte, mas quando aquele anjo começa a enrrlar me abusei...
Tá aí, nem todos vão se identificar, mas irão ler, irão refletir. E olha, Humberto ganhou de Kafka, já que meu pai deixou "A metamorfose" na terceira página.
Ao amigo querido, incentivos de que continue com seu estilo, e que outras temáticas venham!!
beijos,
Cristina
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