terça-feira, 24 de março de 2009

Mais sobre as mãos!

Acabo de receber, do amigo Isaac Sandes, o comentário abaixo, relacionado ao texto que trata do aperto de mãos. Como seu próprio autor em pessoa, muito perspicaz e bem humorado.

Cuida-se, em verdade, não de mera contriuição, mas de um olhar mais sagaz sobre o tema que, há mais de uma década ensaiei alinhavar algumas mal traçadas linhas.

Muito obrigado, Isaac! Como sempre, enriquecendo qualquer discussão. Um grande abraço.


"Caro Humberto.


- Seu recentemente publicado texto sobre "Aperto de mãos", tem o poder de nos levar a refletir sobre tão importante parte do nosso corpo.


- Segundo especialistas, as mãos estão na origem do grande salto da humanidade em direção a sua atual condição de suposta "superioridade" entre as espécies.

- Pois teria sido com o movimento oposto que o nosso polegar propicia, que a humanidade teria dado um grande e definitivo salto na cadeia evolutiva.

- As mãos têm acompanhado, com frequência, os passos do homem. Em quase tudo encontramos referência às mãos: "Mãos que afagam; mãos que apedrejam; mãos que balançam o berço, mãos que benzem, mãos que amaldiçoam, mãos que acolhem, mãos que deduram, mãos que acariciam, mãos que batem", etc, etc.

- Servem as mãos para ilustrar os mais diversos simbolismos.

- Quando estamos em apuros pedimos uma "mãozinha", quando estamos na pior dizemos que estamos "na mão", quando estamos rendidos dizemos, "estamos em suas mãos.

- É "Mão de direção" para conduzir automóveis, é a "mão de cartas no baralho, é mão prá todo lado.

- Quando nos referimos a outro como preposto de alguém dizemos que é um "Longa manus". É à mão que recorremos, quando bebês, para entretenimento no berço. É à mão que recorremos, quando procuramos satisfação sexual solitária, em nossa higiene íntima recorremos à velha e camarada mão, pois, até agora, mesmo indo à lua, mesmo fazendo o mapeamento genético da humanidade, o homem não conseguiu inventar um instrumento que substitua a mão em tais necessidades.

- É a mão que se presta para o adeus, daquele que fica e daquele que vai à guerra. É a mão na cara, símbolo de humilhação, é a mão no ombro, símbolo de falsidade ou cavilação, é a mão no bolso, símbolo de timidez, são as mãos esfregadas, símbolo de ansiedade, é a mão que corre por entre as cobertas, procurando sexos aflitos. É a mão boba, fazendo um trabalho de avanço dissimulado no namoro. É a mão que toca o instrumento que nos traz a mais elevada música. É a mão assassina. É a mão estendida a pedir uma esmola. É a mesma mão que, do outro lado, dá a esmola. É a mão negra dos grupos mafiosos.

- Quem, entre os homens, já não recebeu a velha ameaça de um brincalhão amigo: "Cuidado, tenho você na minha mão".

- Quem já não ouviu ou disse para o outro: "Conheço você como a palma da minha mão".
- Acredito que, entre a humanidade, a única parte que pode competir em referencias com as mãos é o coração, pois como aquelas, este povoa o inconsciente coletivo e a inspiração dos poetas desde tempos imemoriais.
- Não fosse a mão o homem não seria o que é, o homem verbaliza, mas é a mão que escreve quem registra para posteridade o articulado verbo.

- Finalmente, não fosse, ainda a mão, eu não estaria aqui lhe escrevendo tais bobagens, e, não fosse ela, não estaria você aí clicando em sua caixa de entrada para receber a presente mensagem de e-mail.
abs.

Isaac Sandes- 24/03/09"

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